sábado 18 de maio de 2024

Seprev lembra neste sábado o Dia Estadual de Prevenção e Enfrentamento ao Crack e alerta para perigos da droga

Órgão destaca que quase 50% dos dependentes químicos que buscam tratamento em Alagoas fazem uso de crack
Foto: Vitor Beltrão

O dia 30 de setembro é marcado, em Alagoas, como Dia de Prevenção e Enfrentamento ao Crack. O marco foi instituído pelo Governo do Estado, por meio da Lei nº 7.459, e tem o objetivo de conscientizar a população acerca da problemática decorrente do consumo e da comercialização dessa substância, além de fomentar ações de prevenção e combate à dependência química.

O último levantamento da Secretaria de Estado de Prevenção da Violência (Seprev) mostra que, de janeiro até setembro de 2023, foram realizados 4.408 encaminhamentos de pessoas sob dependência química para comunidades terapêuticas credenciadas à Rede Acolhe. Deste total, 2.126 tiveram relação com o uso do crack, o que representa quase 50% das ocorrências.

A superintendente de Políticas sobre Drogas da Seprev, Lideilma Alves, alerta que a progressão do uso do crack para a dependência configura um problema de saúde pública. Ela destaca as ações do Governo do Estado no enfrentamento a essa droga e chama a atenção de pais e responsáveis para a vulnerabilidade das crianças e adolescentes.

“O crescimento no uso de crack transformou-se em um problema de amplo alcance, por isso é importante unirmos forças no enfrentamento a essa droga. Em Alagoas, contamos com ações do poder público no âmbito da Assistência Social, da Saúde, da Educação e da Segurança, que incluem desde a conscientização sobre o tema até atividades esportivas, culturais e artísticas. As ações são direcionadas a toda população, com maior atenção ao público infantoadolescente, que é o mais vulnerável ao contato com a droga”, explica Lideilma Alves.

Dentre os efeitos nocivos do crack no organismo, Lideilma Alves aponta desde sintomas mais comuns, como taquicardia, convulsões e espasmos musculares, até danos a órgãos nobres como coração, rins, fígado e cérebro.

“O dependente do crack deixa de dormir e de se alimentar adequadamente, resultando numa significativa perda de peso e na fragilização da sua saúde como um todo. O uso dessa substância desencadeia ainda diversos danos à saúde mental do usuário, a exemplo de ansiedade, paranoias, desorientação e comportamentos agressivos”, completa.

Oportunidade de tratamento

Por meio da Rede Acolhe, o Governo do Estado oportuniza tratamento para pessoas que desejam vencer a dependência química em crack e outras drogas. O programa conta com 33 comunidades terapêuticas acolhedoras, onde o dependente químico é acompanhado por uma equipe multiprofissional durante todo o processo.

O ex-acolhido Walter da Silva Santos, de 55 anos, é um exemplo exitoso do programa e uma inspiração para quem deseja abandonar o vício. Por causa do crack, ele perdeu os vínculos sociais e abandonou a vida ao lado da família para morar na rua, dependendo do auxílio do governo e de instituições filantrópicas para comer, beber e vestir. A transformação veio por meio de um convite amigo, que trouxe esperança e mudou completamente a trajetória de Walter.

“O crack trouxe muita degradação para a minha pessoa. Conheci o drama de morar na rua e pensei até mesmo em dar cabo da minha vida. Quando uma conhecida que entregava comida na praça me perguntou se eu tinha interesse no tratamento, aceitei na hora o convite. Na comunidade eu fui bem recebido, bem alimentado e tive auxílio dos psicólogos e assistentes sociais que me deram todo o apoio para que hoje eu estivesse 100% recuperado”, relata.

Concluído o tratamento, Walter ingressou no curso profissionalizante de manutenção de ar condicionados split, oferecido pelo Estado por meio de contrato com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Ele diz que a qualificação profissional, reconhecida por uma instituição de referência na formação de pessoas para o mercado de trabalho, é um passo importante para o resgate da dignidade.

“Só depois que passei pelo tratamento, percebi como o trabalho social da Rede Acolhe é importante para que haja transformação e uma verdadeira reinserção social do dependente químico. Hoje uma pessoa que depende da droga, mesmo que seja uma droga pesada como o crack, tem a oportunidade para mudar de vida, basta abraçar as oportunidades que lhe são oferecidas”, afirmou o ex-acolhido.

Fonte: Agência Alagoas

 

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