sexta-feira 17 de maio de 2024

Vida em Marte? Rover Curiosity encontra evidências de antigos rios no planeta

Simulações sobre a erosão do solo indicam que Marte poderia ter tido muitos rios, aumentando as chances de um passado com vida por lá
Reprodução/NASA

Por Alessandro Di Lorenzo, do Olhar Digital

A teoria de que já teria existido vida em Marte ganha cada vez mais força. Tudo isso em função das evidências de que as crateras marcianas poderiam, na verdade, ter sido rios. Novas análises de dados do rover Curiosity reforçam esta hipótese.

Pesquisadores simularam os efeitos da erosão no planeta

  • Em um estudo publicado na Geophysical Research Letters, pesquisadores usaram modelos numéricos para simular a erosão em Marte ao longo de milênios.
  • Eles descobriram que formações comuns de crateras, chamadas de formas de relevo de banco e nariz, são provavelmente remanescentes de antigos leitos de rios.
  • O trabalho foi o primeiro a mapear a erosão do solo marciano antigo treinando um modelo de computador em uma combinação de dados de satélite, imagens do rover Curiosity e varreduras 3D da estratigrafia, ou camadas de rocha, chamadas estratos, depositadas ao longo de milhões de anos, sob o fundo do mar do Golfo do México.
  • As informações são da Universidade Penn State.
Reprodução/NASA

Marte pode ter tido mais rios do que se pensava

A análise revelou uma nova interpretação para formações comuns de crateras marcianas que, até agora, nunca foram associadas a depósitos de rios erodidos. Segundo esses dados, Marte possuía diversos rios num passado distante.

Temos tudo para aprender sobre Marte, entendendo melhor como esses depósitos fluviais podem ser interpretados estratigraficamente, pensando nas rochas hoje como camadas de sedimentos depositados ao longo do tempo. Essa análise não é instantânea, mas um registro de mudança. O que vemos em Marte hoje são os resquícios de uma história geológica ativa, não uma paisagem congelada no tempo.

Benjamin Cardenas, professor assistente de geociências da Penn State e principal autor do artigo

Estudos anteriores de dados de satélite de Marte haviam identificado formas de relevo erosivas chamadas cristas fluviais como sendo possíveis candidatas a antigos depósitos fluviais. Usando dados coletados pelo robô na cratera Gale, a equipe encontrou sinais de depósitos fluviais que não estão associados a cristas fluviais, mas sim a formas de relevo que nunca foram ligadas a antigos depósitos fluviais.

Isso sugere que pode haver depósitos fluviais não descobertos em outros lugares do planeta, e que uma seção ainda maior do registro sedimentar marciano pode ter sido construída por rios durante um período habitável da história de Marte. Na Terra, os corredores fluviais são tão importantes para a vida, os ciclos químicos, os ciclos de nutrientes e os ciclos de sedimentos. Tudo aponta para que esses rios se comportem de forma semelhante em Marte.

Benjamin Cardenas, professor assistente de geociências da Penn State e principal autor do artigo

Ao projetar o modelo de computador, os pesquisadores encontraram um novo uso para varreduras de 25 anos da estratigrafia da Terra. Coletadas por empresas petrolíferas, as varreduras abaixo do fundo do mar do Golfo do México forneceram uma comparação ideal com Marte.

A equipe, então, simulou a erosão semelhante à do planeta vermelho, revelando paisagens marcianas erosivas que formavam bancos topográficos e narizes, em vez de cristas fluviais, parecendo quase idênticas às formas de relevo observadas pelo Curiosity dentro da cratera Gale.

Se confirmada essa hipótese, Marte poderia ter tido muito mais rios do que se acreditava anteriormente, o que aumenta as chances de haver existido vida no planeta.

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