29 de novembro de 2023 11:05 por Da Redação
O governador Paulo Dantas está diante de uma crise numa das áreas mais importantes da gestão pública. Depois do vazamento de informações e dados sigilosos da Secretaria de Segurança Pública (SSP), que tem um oficial como suspeito, Dantas tem agora que enfrentar denúncias de manipulação e favorecimento na lista de promoções e de corrupção na Polícia Militar de Alagoas.
São dois graves problemas que comprometem não somente a corporação militar, mas a própria política de segurança do Estado.
A descoberta de falcatruas envolvendo oficiais, como o coronel Moisés Nascimento, diretor de Apoio Logístico, aumenta a crise na instituição. O oficial está respondendo por irregularidades na locação de veículos para a corporação e outros desmandos.
A denúncia é que 30 veículos locados e pagos pela PMAL, inclusive o combustível, estariam sendo usados como Uber em favorecimento do cel. Moisés Nascimento. Por conta das investigações, o militar está em prisão domiciliar, o que gerou a insatisfação de outros militares.
O tratamento dado a Nascimento, de ficar em prisão domiciliar, contrasta com a situação de outros militares investigados, que estão no quartel e até no presídio militar. Há entre os oficiais insatisfeitos quem cobre ação do Ministério Público Estadual (MP/AL), que tem entre seus objetivos “a prevenção e a correção de ilegalidade ou de abuso de poder” na atividade policial.
Outra denúncia tem como acusado o coronel Marcos Sampaio, ex-comandante geral. A denúncia é que Sampaio estaria manipulando os processos de promoção de militares em troca de favores diversos. Ele estaria mancomunado com o coronel Walder Lira Nunes, que teria transformado o processo de promoção na PM em um balcão de negócios.
No caso do vazamento de dados sigilosos, o cel. PM Walter do Valle é apontado como responsável por repassar informações do Núcleo de Estatística e Análise Criminal (NEAC) para deputados de oposição ao governo. A suspeita é que, insatisfeito por ter sido exonerado do cargo de comandante do Policiamento da Capital (CPC), hoje Comando da Região Metropolitana, e nomeado Diretor de Ensino, o militar, declaradamente bolsonarista, estaria repassando informações aos opositores do governador.
Os beneficiados com a suposta traição à gestão de Paulo Dantas são os bolsonaristas Fábio Costa (PP) e Cabo Bebeto (PL). Nas primeiras investigações, Dantas foi informado de que o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (JHC), também estaria recebendo informações sigilosas tanto referentes às ações da SSP quanto da própria Polícia Militar.
O governador determinou a imediata exoneração do cel. Walter do Valle que hoje está, segundo linguagem dos militares, “na bola 7”, ou seja, numa função que só existe no papel. “Nem sala tem” – revela um militar.