terça-feira 7 de maio de 2024

Após fechamento de ruas em bairros afundados, animais viram ‘reféns’ da Braskem

ONGs lutam para ter acesso aos bichos para poder alimentá-los e dar cuidados
Reprodução/Instagram

Quando a Braskem fechou as ruas dos bairros atingidos pelo afundamento do solo, ela condenou à prisão dezenas de animais que também não recebem mais o carinho e os cuidados das pessoas que levavam água e alimento para os bichos. Cães e gatos ficaram para trás nos locais que precisaram ser evacuados e hoje são bairros-fantasmas.

Os defensores dos animais não têm a certeza de que eles estejam sendo bem tratados. “Eles dizem que vão alimentar, mas a gente sabe que eles não alimentam todos os dias, não sabem quais estão sendo capturados, se vai ficar algum para trás ou não. Então, assim é muito difícil”, denuncia Sandra Catão, da SOS Pet Bebedouro.

A ativista lembra onde deixou de atuar após o fechamento dos acessos e quais animais estavam lá. Em um curto raio, havia 21 bichinhos. “Já fecharam aquele pedaço da Mem de Sá, na frente e por trás do abrigo, a gente não consegue mais. Lá, tinham nove gatos. Lá em cima, no Parque Freire Ribeiro, ainda tem cinco, tem dois dentro do parque e três filhotes do lado de fora. E agora, onde estão fechando, próximo ao cemitério, tem aí na Camaragibe, tem aí no cemitério, tem um cachorrinho e tem seis gatos ainda”, conta.

Desesperada com a situação, Sandra promete acionar a Promotoria de Meio Ambiente do Ministério Público e a Defesa Civil para poder entrar nas ruas bloqueadas e cuidas dos bichos abandonados e agora presos. Nas audiências com  Braskem, a mineradora não autoriza que as entidades entrem nas ruas tamponadas.

Reprodução/Instagram

“Até essa última audiência tinha ficado acertado que nós poderíamos ir junto com a equipe da Ufal (Universidade Federal de Alagoas) para fazer o resgate desses animais, a captura. Até para a gente se certificar de que todos seriam capturados. Mas, nessa última audiência que teve, o advogado da Braskem disse que não. Por puro prazer, ele teve de fazer isso no final da audiência, revoltou-se.

A condição dada pela mineradora para autorizar a entrada das ONGs nas ruas seria a presença de uma pessoa da Defesa Civil para acompanhar. “E a Defesa Civil está uma bagaceira muito grande, a gente não consegue essa autorização”, disse ela, prometendo ir pessoalmente ao órgão.  A depender do que falarem lá, eu vou direto pra Quarta Promotoria do Meio Ambiente. Alguma solução eles precisam dar”, afirma.

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