27 de março de 2024 5:13 por Da Redação
É grande a expectativa dos alagoanos acerca da próxima reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado Federal que investiga o crime socioambiental praticado pela mineradora Braskem S/A, em Maceió. A reunião servirá para os senadores ouvirem vítimas da tragédia ambiental que resultou da exploração irregular de sal-gema em extensa área do território maceioense.
Irão depor o procurador regional do Trabalho, Cássio Araújo Silva, que é morador do Pinheiro e diretor-geral do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), e Alexandre Sampaio, presidente da Associação dos Empreendedores Afetados pela Mineração da Braskem e também morador da região destruída.
Embora as convocações assinadas pelo presidente da Comissão, senador Omar Aziz, tenham definido o dia 2 próximo como data, as oitivas de Alexandre Sampaio e Cássio de Araújo Silva na CPI da Braskem foram adiadas. A nova data será o dia 9, e terá também como depoente, o ex-procurador geral do Estado, Francisco Malaquias de Almeida Júnior.
O procurador Cássio é uma das vítimas que se recusou a deixar a região do Pinheiro, não aceitando o valor da indenização oferecida pela mineradora. Porém, no dia 29 de novembro do ano passado, sua casa foi invadida e lacrada pela Braskem, e o procurador ficou sem condições de retornar ao imóvel.
No seu depoimento, Alexandre Sampaio estará representando 6 mil empreendedores que foram obrigados a deixar a região. “Talvez o momento mais importante depois de 6 anos de luta: depor numa CPI no Senado Federal para investigar o crime da Braskem” – reagiu, ao receber a convocação.
Conforme o requerimento do Senado Federal nº 952/2023, a CPI destina-se a “investigar, no prazo de 120 dias, os efeitos da responsabilidade jurídica socioambiental da empresa Braskem S.A, decorrente do caso Pinheiro/Braskem, em Maceió, Alagoas”. O procurador Cássio Araújo e Alexandre Sampaio serão ouvidos como testemunhas do maior crime ambiental em área urbana registrado no Brasil.