21 de fevereiro de 2020 12:40 por Marcos Berillo
Carnaval é a festa da alegria, mas, especialistas alertam que se deve evitar exageros para que a felicidade seja duradoura. A folia sem limites pode trazer consequências para a saúde dos foliões menos cuidadosos. A audição, por exemplo, pode ser afetada pelo som alto em excesso dos trios elétricos.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), foliões, músicos e cantores expostos a sons de baterias, de alto-falantes, de instrumentos e até quem não é adepto à festa precisam estar atentos, pois o barulho em excesso pode desencadear sequelas na audição.
O recomendável é que a exposição a ruídos deve ser de, no máximo, 80 decibéis (db). “Acima disso, pode ocorrer danos à saúde auditiva em ouvido médio ou ouvido interno, onde se localizam as células ciliadas, atuantes no processamento auditivo”, alerta fonoaudióloga do Hospital Geral do Estado (HGE), Viviane Andrade, que sugere o uso de protetores auriculares, principalmente, para os profissionais expostos aos ruídos.
As sequelas incluem perda auditiva, surdez e zumbido. Também é importante ficar atento à sensação de ouvido tampado, tontura, irritabilidade e dificuldade para ouvir –pedir para as pessoas repetirem o que acabaram de dizer, aumentar o som da televisão a ponto de incomodar aos que estão em volta, sensação de ouvir, mas não entender.
A fonoaudióloga também orienta a não fazer competição sonora, gritando e conversando em grande intensidade vocal próximo de trios elétricos ou qualquer outro meio. “Este comportamento pode prejudicar também a sua voz gerando rouquidão ou lesão em aparelho vocal”, advertiu.
Beijos na boca
A Sesau também tem um recado para os beijoqueiros. É que o ato de beijar pode ser a ponte necessária para transportar milhões de bactérias, de vírus e de fungos. O alerta é do médico pneumologista do HGE, Luíz Cláudio Bastos.
Doenças como mononucleose, citomegalovírus, herpes, cárie, candidíase, sífilis, caxumba, hepatite B, gripe, catapora e outras tantas podem ser transmissíveis em um único beijo. Agora, multiplique esse risco quando aumentam as trocas de secreções com outras pessoas, geralmente desconhecidas.
“Eu acho que na folia ninguém observa como está a saúde bucal daquele que decide beijar, não é verdade? Ninguém pergunta se está bem de saúde e pede uma comprovação de que não está doente. Óbvio que não há espaço para isso. Soaria até indelicado. Mas é preciso saber que o beijo pode não ser tão maravilhoso assim. Pode trazer consequências que estraguem a doce recordação da festa. Então, o melhor é ter cuidado”, argumentou o médico.
Mas, segundo ele, é possível adotar medidas preventivas. “Beijar é muito bom, mas exige cuidados antes e durante o ato. É preciso ter atenção às doenças infecciosas. A higienização de toda a boca, após o beijo, também pode minimizar os riscos de contaminação. No entanto, o melhor mesmo é não sair beijando de modo indiscriminado”, aconselhou o pneumologista.