14 de março de 2024 2:07 por Da Redação
O coordenador municipal da Defesa Civil, Abelardo Nobre, mentiu em seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado Federal que investiga o crime ambiental praticado pela petroquímica Braskem, em Maceió. A avaliação é do sindicalista Maurício Sarmento, membro do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), que acompanhou, em Brasília, a sessão em que os senadores ouviram o coordenador, realizada nesta quarta-feira, 13.
Segundo ele, as respostas de Abelardo Nobre faltaram com a verdade ao tratar de vários dos problemas enfrentados pela população maceioense, que ainda sofre as consequências da exploração desordenada de sal-gema, ação que destruiu cinco bairros da capital alagoana.
Ao ser indagado sobre a situação dos moradores dos bairros Flexal de Cima, Flexal de Baixo e Bom Parto, o coordenador de Defesa Civil disse não ser possível incluí-los na área passível de compensações pela petroquímica, por questões técnicas e científicas.
“Entre 2021/2022, uma assessoria técnica contratada pelo Movimento realizou estudos de engenharia nos Flexais, e concluiu que as casas dessa região têm as mesmas patologias dos imóveis nos cinco bairros desocupados, ou seja, crateras e rachaduras causadas por problemas no solo” – revelou Maurício Sarmento.
Segundo ele, os problemas nos Flexais de Cima e de Baixo não foram causados, como disse o coordenador municipal, por erros de estrutura ou má qualidade do material usado na construção das casas. Desse modo, acrescenta o sindicalista, a afirmação do coordenador municipal de Defesa Civil contraria os interesses da população que, pela falta de compensação financeira, ainda é obrigada a permanecer em área de risco.
Outra informação inverídica apresentada aos senadores que integram a CPI da Braskem é quanto à oferta, pela Prefeitura de Maceió, de programas de reparação de danos.
“As casas nos Flexais continuam rachadas, e isso é do conhecimento da Prefeitura, a quem nós entregamos os relatórios que apontam a mineração como causa. Desconhecemos programas de reparação. Aquela população continua sem saída” – afirmou Sarmento, que é membro do Movimento Nacional dos Atingidos por Barragens.
Na sessão em que Abelardo Nobre foi ouvido, o relator da CPI da Braskem, senador Rogério Carvalho (PT/SE), defendeu que o Serviço Geológico do Brasil faça novo laudo para garantir os direitos das famílias, que temem afundamento de solo e sofrem com o isolamento desses bairros.
Veja o vídeo:
1 Comentário
Essa coordenador da defensa civil tem histórico de encobrir as bagunças dos políticos desde do tempo da secretaria da paz quando ele trabalhava com carimbão e Jardel Aderico.