Por Barbara Luz, do portal Vermelho
A recente ação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), ao solicitar ao Ministério Público Federal (MPF) a investigação da primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, por suposta interferência no caso de Robinho, condenado por estupro na Itália, destaca uma preocupante instrumentalização da justiça para fins políticos.
A acusação, baseada em supostas pressões exercidas por Janja sobre o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o ministro Francisco Falcão, relator do caso, para garantir a prisão de Robinho, levanta questões sobre a veracidade e a motivação por trás dessas alegações, principalmente pela ausência de provas concretas apresentadas pela deputada.
A denúncia, protocolada no último domingo, 31, com base em rumores veiculados pela imprensa e sem evidências sólidas, parece mais um ato de oportunismo político do que um gesto de comprometimento com a justiça ou com as vítimas de violência sexual. Esta atitude de Zambelli, de investir tempo e recursos em uma denúncia tão frágil, em vez de focar em iniciativas que promovam o bem-estar coletivo, é notavelmente lamentável.
Além disso, a acusão da parlamentar não apenas desvia o foco das discussões necessárias sobre a eficácia do sistema judiciário em lidar com crimes sexuais, mas também banaliza o sofrimento das vítimas ao usar suas histórias como ferramenta para ganhos políticos pessoais.
O contexto da acusação ocorre após o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidir, no final de março, por 9 votos a 2, que Robinho deve cumprir no Brasil a pena de nove anos à qual foi condenado na Itália por estupro. O relator do caso, Francisco Falcão, votou a favor do cumprimento da pena no país. Segundo ele, não há “óbice constitucional ou legal” para a realização da chamada homologação da sentença.
Internautas detonam Zambelli
Após a iniciativa de Zambelli contra Janja, internautas utilizaram as redes sociais para criticar a deputada, levando o assunto aos Trending Topics (assuntos mais comentados) do X com a hashtag “Bolsonaristas apoiam estupro”. Essa reação das redes reflete o crescente cansaço do público com táticas políticas que parecem visar mais à autopromoção e à disputa partidária do que o bem-estar e à justiça para as vítimas.
“Asqueroso: no mesmo dia em que a Carla Zambelli entrou com ação que pode levar à soltura do estuprador bolsonarista, Robinho, um pastor evangélico foi indiciado por estuprar a neta de 5 anos, com o consentimento da mãe e da esposa. Protejam as crianças de vcs desses meios conservadores bolsonaristas. Bolsonaristas apoiam estupro”, escreveu um internauta.
Outra pessoa escreveu: “Inacreditável! Carla Zambelli lançou uma Fake News contra a Janja dizendo que a primeira-dama foi responsável pela prisão do estuprador Robinho. E ainda pediu para o MPF investigar. Interessante que nenhum bolsonarista se manifestou apoiando a prisão do estuprador. Bolsonaristas apoiam estupro”.
A professora feminista e blogueira, Lola Aronovich, também se manifestou sobre o caso. “Claro q BOLSONARISTAS APOIAM ESTUPRO. Nem ficaram chocados qdo o mito deles contou q pintou um clima com meninas de 13 anos.”